segunda-feira, 17 de outubro de 2016

Com Temer, Caixa e BB têm juros mais altos que bancos privados



  
“Bancos públicos foram na contramão da concorrência e ajustaram gradualmente o juro cobrado dos clientes nos últimos meses. O movimento foi suficiente para mudar radicalmente o ranking do crédito do Banco Central. Se no passado recente Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal operavam os juros mais baixos, agora as duas instituições já cobram algumas das maiores taxas. Entre os cinco grandes, o BB tem o maior juro no financiamento de veículos e a Caixa opera o segundo maior no crédito rotativo do cartão de crédito”, diz o jornal.


Após a crise em 2008, os governos Lula e Dilma promoveram reduções na taxa de juros, incentivando, assim, o consumo. A petista declarou guerra ainda ao spread bancário e utilizou os bancos públicos para forçar uma redução das taxas também nas instituições privadas. Sob pressão, a presidenta terminou recuando na estratégia e as taxas voltaram a subir.

Após seu afastamento e a chegada ao poder do presidente Michel Temer, esse processo se acelerou. Em maio, o peemedebista indicou Paulo Caffarelli para a presidência do Banco do Brasil e Gilberto Occhi para a Caixa. Os dois bancos passaram a adotar o discurso de recompor receitas para recuperar a rentabilidade perdida nos anos de ação mais agressiva. De instituições públicas, passaram a ser regidos com a lógica da iniciativa privada, que busca o lucro sem compromisso social ou com o desenvolvimento. 

O jornal O Estado de S. Paulo aponta, por exemplo, que alguns números são simbólicos dessa guinada, caso do crédito para veículos. “No fim de 2015, o Banco do Brasil tinha juro médio de 26,5% ao ano, o menor entre os cinco grandes bancos. (...) Com a atual crise no setor automotivo, a demanda despencou e concorrentes reagiram com redução das taxas. O juro médio do Santander, por exemplo, caiu quase 5 pontos e atualmente, perto de 24%, é o mais competitivo do grupo (...) Já o BB, na contramão, subiu ligeiramente o juro para 27,2% e, diante da queda dos demais, agora concede o crédito com o maior juro médio. Na Caixa, o custo ficou praticamente estável e atualmente é o terceiro mais caro”. 

O crédito rotativo do cartão também subiu nos bancos públicos e se encontra acima da média. “No fim de 2015, clientes da Caixa que não quitavam a fatura integral tinham de pagar 350,4% ao ano. Na época, era a menor taxa entre os cinco grandes. Desde então, o número tem subido de elevador: 412% em março, 433% em maio, 459% em agosto e 508,2% em 15 de setembro. Com a escalada, a Caixa deixou de ser a mais barata para ocupar o posto de segunda mais cara. O banco federal está apenas atrás do Santander, pratica o maior juro rotativo: 581% ao ano”, noticia o jornal.


 Do Portal Vermelho, com O Estado de S. Paulo

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