quinta-feira, 7 de maio de 2015

Paulo Roberto Costa e os delinquentes desse nosso Brasil


O depoimento do ex-diretor da Petrobras, Paulo Roberto Costa, bem poderia ter sido feito por Fernandinho Beira-Mar. E se Beira-Mar tivesse falado que corrompeu polícia, como Costa culpou os "maus políticos" por seus crimes, o que a sociedade acharia? Certamente não acreditaria.


Foto: Luis Macedo
Paulo Roberto Costa em depoimento à Justiça Federal em Curitiba.
Paulo Roberto Costa em depoimento à Justiça Federal em Curitiba.

Paulo Roberto Costa, que há 37 anos trabalha na Petrobras, entrou na estatal no auge da maior repressão política, quando o presidente do Brasil era Ernesto Geisel e o presidente da estatal era Araken de Oliveira. 

Esse delinquente, juntamente com outros delinquentes, estão roubando – como ele mesmo diz – esse tempo todo. Num país em que houvesse pena de morte, esse é o tipo de delinquente que, com suas delações – muitas delas devem ser mentirosas – , deveria estar condenado. 

Costa está dando um gigantesco prejuízo ao país, com a repercussão mundial do escândalo e com seu impacto econômico-financeiro. E ele, cínica e ironicamente, debocha dos nossos representantes, dizendo que daquela Casa, que é nossa, que é a Casa do povo, saíam muitos delinquentes. 

Costa está atingindo o povo, porque quem escolhe o Congresso é o povo. O parlamentar brasileiro não é indicado por príncipes, é eleito pelo povo. Em sua denúncia, Costa na verdade está afirmando que o povo brasileiro é delinquente. 

E o que faz as instituições que representam a lei, ouvindo este delinquente fazer essas acusações como se fossem coisas banais?

Imaginem, senhores, se o povo, já cansado dessas acusações que agora são contra ele, o povo que já foi roubado, imaginem este povo reagindo a tudo isso.

Além do estrago à imagem do Brasil, à economia nacional, Costa e sua família ainda se beneficiaram do roubo à Petrobras. Eles deveriam estar sob vigilância da segurança. Afinal, como pagam as suas contas, se o dinheiro está bloqueado? Como pagam seus empregados, se os têm? Sacando dinheiro de onde? Quem bota gasolina nos seus carros? Quem paga a escola dos filhos? 

Quando um pobre morre por qualquer tipo de sorte, sua família mergulha em desgraça. Um delinquente como Costa destrói a economia do país, tenta destruir uma das maiores empresas de petróleo do mundo, e se apresenta com ternos de corte sofisticado e sapatos engraxados para dar depoimento. Com que dinheiro? Esse senhor já tinha que estar de camisola de prisioneiro, e não com ternos sofisticados. Afinal, o produto do roubo dele é que está sustentando sua família. As famílias dos pobres presos - ou mortos - não têm a mesma sorte.




Fonte: Jornal do Brasil

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