quarta-feira, 1 de abril de 2015

Projeto antidefensivo F-35 dos EUA e Rochefoucauld


O caça-bombardeiro norte-americano F-35, aeronave concebida para furtar-se à artilharia antiaérea defensiva, já custou US$ 1 bilhão e culminou em fiasco. O sistema antiaéreo de defesa russo S-400 Triumf, com a metade do preço, não só tornou a aeronave imperialista alvo sem chance, mas qualquer armamento aeroespacial existente ou em desenvolvimento, assinalam especialistas militares.

Por Rilton Primo


O S-400 persegue alvos por 600 km a uma velocidade de 4.800 metros por segundo, inclusive os com revestimento antirradar.
O S-400 persegue alvos por 600 km a uma velocidade de 4.800 metros por segundo, inclusive os com revestimento antirradar.

A estratégia russa é considerada lógica, elegante e tem feito história militar desde os tempos em que os EUA decidiram ampliar sua influência no Pacífico Ocidental por meio de porta-aviões nucleares de um bilhão de euros cada, considerados pelos russos indefensáveis diante dos sistemas de defesa em terra com mísseis de cruzeiro, cujo modelo mais poderoso custava menos de um milhão cada, podendo ser usados, com expressiva economia, alguns milhares de projéteis destes contra todos os porta-aviões em operação, afundá-los e destruí-los, sem exceção, e sem demora. 

A última esperança antimíssil defensivo, era a aérea, precisamente este F-35 ou JSF (Joint Strike Fighter), dotado de um sistema eletrônico avançado, desenhado para tentar desviar de seu alvo todo projétil defensivo. O investimento nesta empreitada foi duas vezes maior que o sistema S-400 que praticamente a inutilizou. A notícia foi correu mundo como um rastilho de pólvora desde que foi divulgada no portal India & Russia Report, nesta segunda quinzena de março, pelo seu analista Rakesh K. Simha. Na verdade, não é sem precedentes, pois o S-400 evolui já faz já oito anos. 

Neste contexto é inevitável lembrar de soluções inteligentes e simples dos russos em face das arrojadas alternativas estadunidenses, como a da caneta esferográfica dos EUA que custou 10 anos de estudos e US$ 12 milhões, capaz de escrever em gravidade zero, sob a água, em quase todas as superfícies, até no vidro, a temperaturas que vão de 20° abaixo de zero até aos 180° Celsius. Os Russos utilizam lápis, com mesmas funções, sem custo ou tempo. Ou ainda como a de abril de 2014, quando o bombardeiro russo Su-24, desarmado e equipado tão-só com um o sistema de neutralização radioeletrônica, paralisou no mar Negro o mais sofisticado sistema americano de combate Aegis, a bordo do destroier Donald Cook, conforme revê, em detalhe, o perito em assuntos políticos Pavel Zolotarev: 

“Em 10 de abril, o Donald Cook armado de mísseis cruzeiro Tomahawk entrou em águas neutras do mar Negro. Os exercícios tiveram por fim intimidar e demonstrar a força em resposta à posição da Rússia na Ucrânia e na Crimeia. Destaque-se que a entrada de navios militares americanos neste espaço aquático contraria a convenção sobre o caráter e os prazos de permanência no mar Negro de vasos de guerra dos países não banhados por este mar. A Rússia, por seu lado, enviou um avião desarmado Su-24, para sobrevoar o destroier americano. Contudo, este avião, como consideram peritos, foi equipado com um sistema russo de luta radioeletrônica de última geração. Segundo esta versão, o Aegis ainda de longe teria interceptado a aproximação do avião dando alerta de combate. Tudo decorria como de hábito, tendo os radares da nave calculado a distância até o alvo. Mas de repente todas as telas se apagaram. O Aegis deixou de funcionar e os mísseis não receberam a indicação do alvo. Entretanto, o SU-24 sobrevoou a coberta do destroier, fez uma viragem de combate e imitou um ataque de mísseis. Depois fez uma volta e repetiu durante 12 vezes consecutivas a manobra. [...]. A demonstração foi bastante original. Um bombardeiro sem armas, mas equipado com um sistema de neutralização radioeletrônica de radares do inimigo. [...]. Ao que tudo indica, o algoritmo de trabalho dos radares da nave no sistema Aegis não funcionou sob a ação do sistema de neutralização radioeletrônica a bordo do Su-24. Por isso foi provocada não apenas uma reação de nervos ao próprio fato do sobrevoo, praticado largamente só no período da Guerra Fria. [...]. Por isso, a parte americana reagiu tão nervosamente”.

Consta na mídia estrangeira que, após o incidente, o Donald Cook entrou com urgência num porto da Romênia, onde 27 tripulantes do navio solicitaram demissão escrevendo nos pedidos, como se diz, que não pretendem arriscar suas vidas, fato convergente com uma declaração do Pentágono, em que se afirma que esse ato tem desmoralizado a tripulação do destroier americano. A atual arrancada industrial-tecnológica e comercial do sistema S-400 é vexatória.
  
Em 2014 a China fechou contrato de compra de US$ 3 bilhões em seis sistemas S-400. Cada grupo S-400 Triumf (SA-21 Growler, segundo a classificação da Otan) tem oito instalações de lançamento, controle, radar e um grande número de mísseis de recarga de cinco tipos, de acordo com o alvo, disparando-os a uma velocidade muito superior à de qualquer aeronaves existente, o que converte o S-400 Triumf é uma arma defensiva extremamente eficiente, que tem se aperfeiçoado desde que passou a integrar o serviço da defesa aérea russa, em 27 de abril de 2007, originalmente na cidade de Elektrostal, perto da capital Moscou, tendo sido usado, em plena capacidade, pela primeira vez, durante os exercícios Boievoie Sodrujestvo, no polígono Achuluk, em setembro de 2011, como bem recorda o Portal Plano Brasil, especializado em temas de Defesa, Tecnologia, Geopolítica e Inovação. É "bye, bye" ao F-35.

Como não bastasse, um sistema S-500, ainda mais perfeito, está previsto para operar em 2017, já sendo capaz de destruir alvos até mesmo no espaço. Ele ultrapassará significativamente seu rival norte-americano Patriot PAC-3, divulgou alto escalão do Ministério da Defesa da Rússia. Aposenta-se, indefinidamente, ideia de ataque sem defesas. 

Frustraram-se os sinistros planos imperialistas de transformação na mais nova geração de armamento dos governos dos Estados Unidos, do Reino Unido, da Holanda, Austrália, Canadá, Itália, Dinamarca, Noruega, Turquia e de outros partícipes e compradores do projeto, como Israel e Singapura. Demais, a ministra de defesa da Holanda, Jeanine Hennis, baseada em relatórios norte-americanos, assinala que o custo anual da operação do JSF é 60% maior do que os atuais aviões de combate dos Estados Unidos e que o custo da operação destes F-35/JSF no longo prazo já é uma “grande preocupação” e será “incomportável” para os militares dos EUA. Tudo às claras, uma arma cara e inútil. 

O F-35 foi projetado, é ironia, para ataques furtivos, a baixo custo de produção. Seriam milhares deles atacando, sem ser atacados! Difícil resistir à tentação de citar a máxima das escaramuças militares, mas não só delas, de qualquer jogo de estratégia, social e até desportivo, devida ao escritor, moralista e memorialista francês, La Rochefoucauld: “É tão fácil enganar-se a si mesmo sem o perceber, como é difícil enganar os outros sem que o percebam.” A milhares!!


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