sexta-feira, 5 de dezembro de 2014

Corrupção do trensalão tucano desviou pelo menos R$ 834 milhões em SP


A conta-gotas a imprensa noticia o indiciamento da Polícia Federal no caso do trensalão tucano em São Paulo. A investigação do que eles chamam de cartel de empresas, justamente para tirar o cunho da participação política no caso, mostra que foram fraudadas licitações de trens entre 1998 e 2008, durante os governos do PSDB, em que foram desviados pelos menos R$ 834 milhões.


A roubalheira aconteceu nos governos governos tucanos de Covas,  Alckmin e Serra, segundo a Polícia FederalA roubalheira aconteceu nos governos governos tucanos de Covas, Alckmin e Serra, segundo a Polícia Federal
Entre os 33 indiciados por crimes de corrupção ativa e passiva, formação de cartel, crime licitatório, lavagem de dinheiro e evasão de divisas, está ninguém menos que o presidente da CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos), Mário Manuel Bandeira, por envolvimento no esquema.

Além de Bandeira, também foram indiciados o atual gerente de Operações da CPTM, José Luiz Lavorente, e ex-diretores da companhia de trens, como João Roberto Zaniboni e Ademir Venâncio de Araújo. 

Outro acusado é João Roberto Zaniboni, que foi diretor de Operação e Manutenção da CPTM de 1999 a 2003. Ele já era réu em outro processo sob a acusação de ter mantido o valor de US$ 836 mil (cerca de R$ 2,2 milhões) em conta na Suíça, fruto de pagamento de propinas.

A investigação mostra que todos tiveram valores encontrados na Suíça. Esses indivíduos ocuparam os cargos por decisão política dos líderes dos governos do PSDB, passando por Covas, Serra e Alckmin. “A roubalheira atravessou três governos tucanos - Mário Covas, Geraldo Alckmin e José Serra - e ninguém percebeu! As fraudes só vieram à luz por conta de um fio de meada puxado numa investigação na Suíça e um acordo de colaboração firmado pela Siemens no Brasil”, pontuou o colunista da Folha de S. Paulo, Josias de Souza, nesta sexta-feira (5).

Entre as empresas estão Siemens, Alstom, CAF, Bombardier, Daimler-Chrysler, Mitsui e TTrans. Um dos executivos envolvidos é Adilson Primo, que presidiu a Siemens de 2001 a 2011. O consultor Arthur Gomes Teixeira é acusado de ser o intermediário do pagamento de propina das empresas para os servidores públicos.

De acordo com as investigações da PF, o suborno era pago para que as companhias fossem favorecidas em licitações e contratos públicos. O relatório encerra o inquérito relativo a suspeitos que não ocupam cargos políticos e que não possuem foro privilegiado. O processo será encaminhado ao Ministério Público.

E os políticos envolvidos?

A investigação quanto ao envolvimento de políticos no esquema foi desmembrada do inquérito da Polícia Federal e está em curso no STF (Supremo Tribunal Federal), em razão da regra do foro privilegiado para congressistas. No entanto, diferentemente do caso da Petrobras, os vazamentos seletivos de depoimentos de delação premiada envolvendo políticos não ocorrem.

Entre os investigados estão os deputados federais José Aníbal (PSDB-SP) e Rodrigo Garcia (DEM-SP). O senador eleito e ex-governador de São Paulo José Serra também depôs como investigado, depois de ser citados por um executivo de uma multinacional.

O inquérito foi aberto em 2008, mas somente em 2013 avançou depois da delação premiada feita pela Siemens, multinacional lema, ao Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) em que admitiu participar de um conluio com outras empresas do setor de trens para fraudar licitações do Metrô e da CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos) de 1998 a 2008.

Da redação do Portal Vermelho
Com informações de agências

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