domingo, 26 de outubro de 2014

"Fizemos muito, faremos muito mais’, afirma Dilma em artigo


 Quando Lula chegou ao governo em 2002, o Brasil estava com uma inflação de 12,5%, tinha taxa de desemprego de 11,7%, reservas de apenas US$ 37 bilhões, dos quais US$ 20 bilhões de um empréstimo do FMI. Ninguém pode negar que o país estava mal, muito mal. 

Por Dilma Rousseff, na Folha de S.Paulo*


Dilma em campanha neste segundo turno.Dilma em campanha neste segundo turno.
Passados 12 anos, ninguém pode negar também que o país melhorou de forma substancial e profunda.

Transformamos o social no eixo estratégico do desenvolvimento, com resultados extraordinários. Realizamos o mais profundo processo de inclusão social de nossa história. Com programas inovadores de transferência de renda como o Bolsa Família, com o aumento do salário mínimo em 71% e a geração de mais 21 milhões de empregos, praticamente erradicamos a pobreza extrema e elevamos 42 milhões à condição de classe média.

Esse processo de ascensão social constituiu um amplo mercado interno de massas, estimulando os investimentos e a retomada do crescimento. Diante da crise, ao contrário do que acontecia no passado, mantivemos o emprego e a renda. Hoje, enquanto boa parte do mundo desemprega e reduz salários e direitos, o Brasil tem a menor taxa de desemprego da sua história (5%) e continua a avançar na redução da pobreza e das desigualdades.

O resultado desse compromisso social é que o Brasil saiu do Mapa da Fome da FAO, cumpriu antecipadamente a maior parte do Objetivos do Milênio da ONU e é considerado hoje um exemplo no combate à pobreza e às desigualdades.

Tudo isso foi acompanhado de um importante equilíbrio macroeconômico. Em meu governo, a inflação se manteve dentro do regime de metas. Governamos com responsabilidade fiscal, a dívida pública líquida caiu de 60% do PIB em 2002 para o patamar de 35%. Nossas reservas cambiais estão em torno de US$ 376 bilhões. Eliminamos a histórica vulnerabilidade das contas externas, reduzimos os juros e nos livramos da tutela do FMI. Este é um país muito mais forte, soberano e sólido do que no passado.

Também retomamos os imprescindíveis investimentos em infraestrutura que haviam sido abandonados. Com as obras do PAC, as exitosas concessões de aeroportos, rodovias e ferrovias, o forte apoio dos bancos públicos aos investimentos produtivos e o estabelecimento de novas parcerias público-privadas, semeamos o Brasil de obras vitais para seu futuro.

Mas a grande prioridade estratégica do meu governo é e será a Educação. Ela é fundamental para assegurar a competitividade do país e a continuidade dos processos de distribuição da renda. Por isso, triplicamos o orçamento dessa pasta e aprovamos a destinação dos royalties e de parcela do fundo social do pré-sal para a Educação. Transformaremos um riqueza finita, o petróleo, numa riqueza permanente, a educação do nosso povo.

Implantamos um programa inédito de creches, investimos na formação dos professores alfabetizadores, multiplicamos as escolas em tempo integral e implementamos o maior programa de ensino técnico da nossa história: o Pronatec. Expandimos fortemente as escolas técnicas e as universidades federais. Duplicamos as matrículas no ensino superior e abrimos as portas das universidades para os mais precisavam, com o Prouni, o Reuni, as cotas o FIES e o Ciência Sem Fronteiras. Este é um país que tem muito mais futuro.

Tudo isso é somente o começo. Vou avançar ainda mais o combate à corrupção com o fortalecimento das instituições de controle e avanços na legislação para acabar com a impunidade. Vou dar absoluta prioridade à reforma política. Criamos as condições para que o Brasil inicie um novo ciclo de desenvolvimento.

Mudamos o país para que ele possa mudar muito mais. O Brasil, com a ascensão do seu povo, ascende também. Essa é a grande e verdadeira mudança. Agora, temos rumo. O Brasil colocou o povo no centro das suas políticas e achou um caminho correto e sólido para percorrer.

*Artigo publicado originalmente neste domingo (26), no jornal Folha de S. Paulo

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