segunda-feira, 3 de setembro de 2012

Livro conta história da vala clandestina de Perus

Será lançado nesta terça-feira (4), na capital paulista, o livro “Vala Clandestina de Perus - desaparecidos políticos, um capítulo não encerrado da história brasileira”. O lançamento ocorrerá na Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo, a partir das 19h.


PerusMuro erguido como Memorial aos desaparecidos políticos sepultados no Cemitério de Perus, no local da vala clandestina / Foto: Bruno Pedrozo,
A publicação relembra a abertura da vala clandestina no Cemitério Dom Bosco, em 1990, de onde foram retiradas 1049 ossadas não identificadas. A ação possibilitou o início de uma série de investigações, que puderam desvendar à sociedade, pela primeira vez, as atrocidades da ditadura civil-militar.

Familiares de vítimas e movimentos de defesa dos direitos humanos descobriram a vala no final da década de 1970, enquanto faziam buscas por seus parentes. Entretanto, a vala só pode ser aberta mais de dez anos depois, com o auxílio da então prefeita, Luiza Erundina.

A vala foi apenas um dos crimes registrados no Cemitério de Perus, construído em São Paulo na gestão de Paulo Maluf na Prefeitura. Desde sua inauguração, em 1971, o local foi marcado por irregularidades. Para lá eram levados indigentes, vítimas do esquadrão da morte e militantes políticos assassinados pelo regime. Os crimes renderam a Maluf e a outras autoridades da época ação civil por ocultação de cadáver.

Depois da abertura da vala, foi criada uma Comissão Parlamentar de Inquérito para apurar esse e outros crimes. Os depoimentos e outros registros dos desdobramentos do caso estão no livro, que ainda reúne textos do presidente da Comissão de Anistia do governo federal Paulo Abrão, da ex-prefeita Luiza Erundina, do vereador Ítalo Cardoso e da ex-vereadoraTereza Lajolo, que fizeram parte daquela CPI; de Ivan Seixas, Maria Amélia Teles e Suzana Lisboa, da Comissão de Familiares de Mortos e Desaparecidos Políticos; dos procuradores regionais da República Eugênia Augusta Gonzaga e Marlon Alberto Weichert, do antropólogo forense peruano José Pablo Baraybar, que estuda o assunto na América Latina; e do jornalista Luiz Hespanha, pesquisador da história da ditadura civil-militar instalada no Brasil em 1964.

O livro terá distribuição gratuita. Junto com o lançamento haverá exposição com fotos históricas, tiradas durante a abertura da vala pelo fotógrafo Marcelo Vigneron e outras encontradas em diversos arquivos de familiares. As imagens ficarão disponíveis para visitação até 15 de setembro.

A publicação e a exposição são resultado do Projeto desenvolvido pelo Instituto Macuco com apoio do Núcleo de Preservação da Memória Política.

Serviço


Lançamento do livro “Vala Clandestina de Perus, desaparecidos políticos, um capítulo não encerrado da história brasileira”
Dia 4 de setembro, às 19h
Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo (Rua General Jardim, 522 - Vila Buarque)

Fonte: Brasil de Fato

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